Camila Bezerra

O Projeto Nova Raposo vem trazendo uma série de discussões e controvérsias recentemente, principalmente referente aos pedágios e às desapropriações necessárias para sua implementação. Este projeto faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP) e visa a concessão de trechos de vias atualmente operadas pela ViaOeste, incluindo rodovias sob gestão do DER-SP.

Neste artigo, vamos ver os detalhes do Projeto Nova Raposo, suas propostas de melhorias para a infraestrutura viária e os benefícios esperados para os moradores de 10 municípios da região metropolitana de São Paulo. Além disso, discutiremos as polêmicas em torno das desapropriações, impactos ambientais e a introdução do sistema de pedágio free flow.

Confira abaixo os objetivos propostos do projeto e as controvérsias geradas.

 

Benefícios do Projeto Nova Raposo

O governo do Estado de São Paulo explica que o projeto prevê melhorias significativas para a infraestrutura rodoviária, incluindo duplicações, implantação de faixas adicionais, vias marginais e novos dispositivos de segurança. O investimento total está estimado em cerca de R$ 7,1 bilhões, com o objetivo de melhorar a fluidez do tráfego e aumentar a segurança dos usuários.

 

Melhorias para mais segurança no trecho SP-Cotia

Um dos focos principais do projeto é o trecho da Rodovia Raposo Tavares entre São Paulo e Cotia, que absorve um grande fluxo urbano. Com a instalação de vias marginais e a adição de uma quarta faixa, espera-se melhorar a segurança e a fluidez do trânsito. Os pontos de ônibus serão deslocados para a via urbana, o que também reduzirá a possibilidade de acidentes.

 

Acesso a bairros da capital

A concessão prevê melhorias nos acessos aos bairros residenciais da capital, como Butantã e Alto de Pinheiros. A construção de novos viadutos e a ampliação de alças viárias são algumas das medidas planejadas para aliviar o tráfego na região.

 

Pedágios, redução tarifária e free flow

Um dos pontos mais discutidos é a implementação do sistema de pedágio free flow, que permite cobranças proporcionais aos trechos utilizados, desonerando a população que realiza trajetos urbanos diários. A tarifa será cobrada apenas após a conclusão das obras, prevista para o oitavo ano após a assinatura do contrato.

 

Controvérsias e oposição ao projeto

Apesar dos benefícios propostos, o projeto também enfrenta forte oposição. A comunidade “Nova Raposo Não!” argumenta que a ampliação das pistas, a instalação de pedágios e a construção de viadutos e túneis resultarão em desapropriações de residências e estabelecimentos, além da remoção de áreas verdes importantes para a contenção de enchentes.

 

Desapropriações e impactos ambientais

As intervenções previstas pelo projeto exigem a desapropriação de aproximadamente 300 mil m² de áreas próximas à rodovia. Para mitigar os impactos, o governo pretende deslocar o eixo da rodovia para preservar áreas verdes. No entanto, a comunidade argumenta que o projeto não atende aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e que a obra pode agravar a crise climática.

 

O projeto passou por um período de consulta pública, que rendeu mais de 1.800 contribuições para melhorias. Entretanto, o movimento contra o projeto alega que a participação popular foi insuficiente, com poucas audiências públicas e divulgação restrita.

 

Conclusão

O Projeto Nova Raposo é uma iniciativa ambiciosa que promete trazer significativas melhorias para a infraestrutura viária da região metropolitana de São Paulo. No entanto, ele também levanta questões importantes sobre o impacto ambiental, as desapropriações e a justiça tarifária.

Entendemos que melhorias na infraestrutura são necessárias para acompanhar o crescimento urbano e garantir a segurança dos motoristas. No entanto, é crucial que essas mudanças sejam implementadas de maneira sustentável e com a devida consideração aos impactos sociais e ambientais. É essencial que haja um equilíbrio entre desenvolvimento e preservação, garantindo que a população seja ouvida e que os benefícios sejam amplamente distribuídos.

Para mais detalhes sobre o Projeto Nova Raposo, acesse o site oficial do governo de São Paulo.

 

Gostou? Curta e compartilhe este artigo com seus amigos.

Camila Bezerra

É CEO e diretora de Marketing da Casa Noble. Atua também nos departamentos financeiro e administrativo. É formada em Publicidade e Propaganda e possui pós-graduação em Marketing Digital pela ESPM. Em mais de 10 anos de experiência na área de marketing, já trabalhou em grandes empresas, multinacionais e bancos.